A criança pulsante e atenta..
varre a amplitude do espaço,
aos saltos, espera e deseja...
A brincadeira é de esconder
E escondido está quem se ama
Quer seja atrás da porta
Camuflado num lençol
Ou debaixo da cama.
A criança pulsante e atenta..
Descobre, neste compasso,
Aos saltos, o que é espera e desejo...
Arqueja.
Mas... tcharam!
Acaba a espera e a ânsia
Corre-se para o abraço
Todos se fazem infância.
Todos se fazem infância.
E eu sempre penso que é assim...
A morte é brincadeira de esconde-esconde
Onde só há a espera lancinante
De quem se ama e não mais vem.
... e ficamos crianças arfantes
(impotentes)
(impotentes)
Nesta interminável brincadeira
De absoluto mau gosto.
De absoluto mau gosto.
dai.

2 comentários:
Engraçado, Dai, não conheço pessoalmente Damário, mas conheço a esposa e os filhos. Essa semana, volta e meia, me deparo com poemas dele. Porém, esse, foi o mais bonito...
Obrigada!!!
Uma vida cheia de consciência e intensidade
pede
o reconhecimento da hora de partir
merece
um Gran finale.
Eis o último poema de Damário da Cruz:
Gran finale
Avise aos amigos
que preparo o último verso
A vida
Dura menos que um poema
E no alvorecer mais próximo
saio de cena.
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