Em mim...
A tenacidade da chuva mais parece uma metáfora. A chuva, esta de agora, não torrencial, sem ventos tenebrosos, mais se assemelha a goteira lamurienta da velha casa. Triste, apenas.
Nas encostas...
A tenacidade da chuva encharca o solo. A chuva, esta de agora, não torrencial, sem ventos tenebrosos, é sorrateira e pode levar abaixo toneladas de terras, casas, vidas. Mortal.
No campo...
A tenacidade da chuva prepara o terreno para o plantio. A chuva, esta de agora, não torrencial, sem ventos tenebrosos, pode trazer o pão que servirá de alimento para muitos. Vital.
(... enquanto isso a chuva cai, indiferente, sem sequer saber-se chuva ou isto ou aquilo para quem quer seja.)
Diante da complexidade dos fatos e da inexorabilidade da natureza, que resilientes aceitemos a chuva, esta chuva, todas as chuvas, e possamos sobreviver à fartura ou a violência das suas conseqüências nas nossas vidas assim tão débeis.
3 comentários:
Que lindo, Dai!!!
Beijos,
Lu
Tenho chovido a cântaros...
Tenho chovido a cântaros...
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