Não é raro ser acometida por uma estranha e extrema sensação. Aliás, ultimamente ela tem sido recorrente, e tem me deixado desconcertada, caçando os sentidos que me escapam como insetos rastejantes, a sumirem pelas frestas invisíveis das paredes existenciais. Tal sensação incômoda, inquietante, paralisante, é a sensação do patético.
Lá estou a falar sobre vida... Sobre pensamentos, idéias, sentimentos, complexidades... Que o mundo requer um debruçar... Que vivemos um tosco período de iniquidades... Enquanto à minha frente percebo uma geração cujas marcas até então são apliques em tecidos que se fazem blusas, calças, tênis... out-doors herméticos.
Estou cansada. A minha alma que sempre sonhou utopias se compadece, na inglória luta dentro da arena hedonista, egoísta e superficial do sistema assente... Nos faltam poesia, magia, mistério... Nos faltam perguntas, inquietações, buscas...
É como se o colosso-realidade se pusesse de pé em frente à minha ínfima criatura, e risse da minha insistência em permanecer também de pé, acreditando que vale a pena lutar corpo a corpo por cada existência, para que se faça plena, autônoma, única, iluminada...
E acredito.
Não estou numa sala de aula para falar burocracias (pseudo)cognitivas. O conhecimento pulsa, são vidas que ali se encontram emudecidas, invisíveis, mas que sangram, gritam, que necessitam ter espaço para que sejam reveladas as suas dores e alegrias, os seus contextos, histórias, substrato de tudo o que temos hoje.
Nada fácil. Dificilmente ressoa...
Porém, o meu segredo de suportar as intempéries dos caminhos da Educação, da opção pelo ideal quixotesco, de vencer o cansaço, as frustrações, é algo talvez ininteligível para muitos, mas completamente nítido para mim, versos de uma canção para Zeca Baleiro...
Lá estou a falar sobre vida... Sobre pensamentos, idéias, sentimentos, complexidades... Que o mundo requer um debruçar... Que vivemos um tosco período de iniquidades... Enquanto à minha frente percebo uma geração cujas marcas até então são apliques em tecidos que se fazem blusas, calças, tênis... out-doors herméticos.
Estou cansada. A minha alma que sempre sonhou utopias se compadece, na inglória luta dentro da arena hedonista, egoísta e superficial do sistema assente... Nos faltam poesia, magia, mistério... Nos faltam perguntas, inquietações, buscas...
É como se o colosso-realidade se pusesse de pé em frente à minha ínfima criatura, e risse da minha insistência em permanecer também de pé, acreditando que vale a pena lutar corpo a corpo por cada existência, para que se faça plena, autônoma, única, iluminada...
E acredito.
Não estou numa sala de aula para falar burocracias (pseudo)cognitivas. O conhecimento pulsa, são vidas que ali se encontram emudecidas, invisíveis, mas que sangram, gritam, que necessitam ter espaço para que sejam reveladas as suas dores e alegrias, os seus contextos, histórias, substrato de tudo o que temos hoje.
Nada fácil. Dificilmente ressoa...
Porém, o meu segredo de suportar as intempéries dos caminhos da Educação, da opção pelo ideal quixotesco, de vencer o cansaço, as frustrações, é algo talvez ininteligível para muitos, mas completamente nítido para mim, versos de uma canção para Zeca Baleiro...
"Não é que eu ache que o mundo tenho salvação. Mas como diria o intrépido cowboy, fitanto o bandido indócil, a alma é o segredo, a alma é o segredo do negócio."
;).
6 comentários:
falando em alma e negócio, lembrei da música do nação zumbi... 'como pode a propaganda ser a alma do negócio, se esse negócio que engana não tem alma... vendam, comprem, você é a alma do negócio' :O chocante realidade não só juvenil.
nos vendemos por até menos do que oferecem em troca de nossa alma, sabe?
e a mídia e o resto das pessoas alienadas sustentam esse sistema inconscientemente a cada segundo. Ainda tem um motivo pelo qual eu suporto as intempéries dos caminhos da vida...
é a busca por um motivo que me faça suportar isso de uma forma plena. um ciclo que se renova à cada desilusão.
"A alma éh o segredo". Amei... Já estou seguindo, beijos...
''Nos faltam poesia, magia, mistério... Nos faltam perguntas, inquietações, buscas... ''
É isso...
=/
''Nos faltam poesia, magia, mistério... Nos faltam perguntas, inquietações, buscas... ''
É isso...
=/
Não é essa uma inquietação de educadora, apenas, Dai. É de artista!
Disse Ezra Pound que "os artistas são as antenas da raça".
E o comportamento de um artista sempre será passível de comparação ao de um louco, por ser ele capaz de sentir "a aproximação de um terremoto ou farejar o fogo de uma floresta que nós ainda não sentimos ou cheiramos".
"Um animal que negligencia os avisos de suas percepções necessita de enormes poderes de resistência para sobreviver".
E aquele que percebe os avisos, necessita de resitência para continuar sendo antena e atalaia.
Há que se resistir, bravamente! Bem como se propõem os que não abandonam seus sonhos por um nada no mundo.
Beijos,
Elis Barbosa
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