"Vários grãos de incenso, destinados a serem queimados, espalharam-se sobre o mesmo altar. Um caiu mais cedo, outro mais tarde; que lhes importa?" Marco Aurélio
(...) O grão de incenso que, sobre o altar, caiu mais cedo, ardeu mais cedo; foi apenas um grão de incenso entre o número infinito dos que hão de cair e arder, entre a imensidade doutros que já caíram, que já arderam; e o infinito desapego, o desesperante abandono, a imensa renúncia do símbolo faz tombar num gesto de resignação as minhas mãos crispadas, tapa-me a boca que quereria gritar, abafa-me os soluços e as blasfêmias na ansiosa expectativa do momento em que outro grão de incenso há de cair e arder...
Um caiu mais cedo, outro mais tarde; que lhes importa?
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