“A dor é minha, a dor é de quem tem...”
Ontem à noite foi daqueles momentos em que as lembranças pesam. Tenho uma relação de solidão com as minhas dores, partilho-as pouco. Porém, não encaro os meus sofrimentos como maiores e nem “melhores” do que os das outras pessoas. Pensar assim não me faz deixar de sofrer, no entanto não me permite entrar no lamento, aquele potencializador de tristezas.
Voltando a ontem, uma profusão de lembranças tristes confrontavam com a minha vontade de fugir delas, então me permiti recebê-las. A mais forte, a morte de painho, especialmente os dias que se seguiram até a sua partida.
Mas eu não costumo falar das minhas dores... Por isso o que me traz aqui é outra coisa, é falar que no dia seguinte, de maneira inusitada minha irmã liga, pergunta como estou, alguns arrodeios, para depois me dizer que havia sonhado com o nosso pai.
Ela disse que isso nunca havia acontecido, mesmo sempre pedindo para acontecer. Disse ter conversado muito com ele, e que ele mandou me dizer que tudo iria ficar bem...
(...)
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