PEQUENO TRATADO SOBRE O MISTÉRIO
Existir é um assombro. Nunca me enganei diante disso, da inescrutável, hermética e avassaladora (constatação da) existência, sinônimo de silêncio, lacuna, mistério. Não adianta olhar para o céu, e tentar traduzir. Não adianta olhar para a terra, e tentar traduzir. Não adianta olhar para o mar, e tentar traduzir. Não adianta olhar para si, e tentar traduzir. Tudo será falho. Existir é um assombro, porque existir é um grande e insondável mistério.
Apesar, e por causa disso, adoro contemplar o céu, observar nuvens. Elas me falam de transitoriedade, ele me fala do inalcançável, ambos me falam daquilo que nunca poderei saber, mas procuro... Quem ou o que sou eu? O que existir deseja de mim? Como deveria agir? Que caminho seguir? O que fazer? O que não fazer? Por que tudo começa? Por que tudo acaba?... Silêncio, lacuna, mistério. Existir é um assombro.
... E sempre vem um novo dia, impassível. Continua o céu a ignorar o tempo, continuam as nuvens a brincar com o tempo, continuamos nós sendo devorados pelo tempo. Quem ou o que sou eu? O que existir deseja de mim? Como deveria agir? Que caminho seguir? O que fazer? O que não fazer? Por que tudo começa? Por que tudo acaba?... Silêncio, lacuna, mistério. Existir é um assombro.
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