NO PONTO DE ÔNIBUS
Estou perto do ponto quando ouço um cara falando ao celular, relatando que ainda não havia almoçado, estava sem dinheiro para pegar o transporte, pois teria vindo receber um dinheiro e não encontrou a pessoa. Segundo ele a tal pessoa sequer o atendia.
De pronto quis ajudar, mas depois de algumas decepções com o ser humano, inclusive com o arrombamento do meu carro semana passada, pensei, "isso é golpe", "por que ele falaria perto de mim?".
Fiz de conta que não ouvi. Ele sentou e ficou mexendo no bolso. Disfarçadamente o olhava, para tentar analisar se via uma pista do golpe, como se fosse possível entrever quem irá nos enganar.
Depois de alguns minutos vivendo um dilema de consciência, cheguei a seguinte conclusão: não posso deixar de ser eu, porque algumas pessoas agem de má fé. Decidi ajudar.
Fui até ele e perguntei,
- Você está sem dinheiro para o transporte?
- Ele disse, infelizmente sim.
- Perguntei se cinco reais ajudava.
- Ele disse, muito.
Dei os cinco reais... e sai mãos dadas comigo.

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